A proibição de importação de carne de frango de 20 frigoríficos brasileiros — 12 deles pertencentes à BRF — pelos países que compõem a União Europeia entra em vigor nesta quarta-feira (16).
A decisão foi tomada pela Comissão Europeia em abril, após a terceira etapa da Operação Carne Fraca, deflagrada em março do ano passado pela Polícia Federal, com o objetivo de investigar denúncias de fraudes cometidas por empresários e fiscais agropecuários federais.
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Operação Trapaça — terceira fase da Carne Fraca — teve como alvo a BRF, dona da Sadia e Perdigão. O grupo é investigado por fraudar resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação pela bactéria Salmonella pullorum. Em nota, a BRF negou riscos para a saúde para população.
Com a limitação da exportação para o mercado europeu, a expectativa é de que aumente a oferta no mercado interno, o que tornará o frango mais barato momentaneamente para o consumidor brasileiro. Por outro lado, poderá resultar em demissões no setor.
As vendas para a União Europeia já vinham apresentando quedas. De acordo com o Ministério da Agricultura, no ano passado, o Brasil exportou 201 mil toneladas para o bloco. Em 2007, chegou a exportar 417 mil toneladas. Em valores, no ano passado, foram exportados US$ 765 milhões em frango.
Projeção feita recentemente pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) indica que o embargo da União Europeia ao frango brasileiro deverá gerar, neste ano, perda de 30% sobre o total do produto exportado pelo Brasil para o bloco, que é composto por 28 países. A decisão de embargo terá impacto em 20 plantas exportadoras (unidades de produção) de nove empresas. De acordo com a ABPA, o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Ao longo de quatro décadas, o país embarcou mais de 60 milhões de toneladas de carne de frango, em mais de 2,4 milhões de contêineres para 203 países.
Na manifestação, a Camex argumenta que, apesar de a comunidade europeia argumentar tratar-se de questão sanitária, bastaria aos frigoríficos brasileiros pagarem uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandarem tudo como carne in natura , produto que entra no bloco sem problemas sanitários.